O incessante chamar | Crônicas Filosóficas
quinta-feira, abril 13, 2017Numa fria madrugada do mês de dezembro, fui questionado pelo meu grande amigo Rodolfo sobre qual é o meu incessante chamar. A princípio eu não compreendi bem a pergunta, afinal, durante a madrugada minha capacidade de raciocínio vai quase zero. Todavia, isso mexeu comigo, deu aquela desconstruída que só uma pergunta bem feita consegue fazer. Após passar horas ruminando sobre este assunto, muitas “teorias” vieram na minha mente e cá estou eu, na frente do computador pensando em algo plausível que faça jus a este questionamento.
Muitas coisas atuam nesse “incessante chamar” e afirmá-lo ou nomeá-lo é quase impossível, acho até seria uma loucura. Mas de maneira bem resumida, acho que o meu “incessante chamar” é a própria vida ou a vontade de viver. Agora eu me pergunto, como assim a própria vida Leonardo? Se explique!
Como diria meu amado Schopenhauer, “viver é sofrer”, e esta afirmação desse sábio filósofo vem fazendo cada vez mais sentido. Vivemos num mundo que se torna cada vez mais caótico, as relações estão cada vez mais líquidas, a tecnologia se tornou o centro de todas as coisas, o mal (violência, mortes, tragédias...), se tornou banal, a política virou uma guerra dialética entre “bem” (coxinhas) e mau (petralhas) lutam pelo poder, dentre outras coisas que levariam séculos para enumerar todas. Quem quer viver num mundo assim? Arrisco a dizer que ninguém.
Entretanto, mesmo com todo esse sofrimento que o viver nos causa, nós ainda almejamos a vida, ansiamos por ela. O viver faz com que levantemos da cama diariamente, faz com que saciamos as necessidades biológicas do corpo, faz com que o homem se construa diariamente, que inove, que busque conhecimentos, que deseje melhorar o mundo e a vida de todos.
A vida ou a vontade de viver é o meu “incessante chamar”, é o que me movimenta, que move as minhas escolhas, que emana do fundo do meu ser, que faz ser o que conhecemos por Leonardo Júnio. Sem isso, eu jamais poderia ouvir o vento, a beleza dos dias frios e chuvosos, o amargor do chocolate e do café. Sem a vida, eu jamais poderia ter o prazer de ler um livro, te dar um beijo em uma pessoa especial.
Viver é tudo isso que disse acima. O que faz com que eu vá a algum lugar vem dessa constante vontade de viver. O que sou? Eu não sei! Sou simplesmente um indivíduo com uma louca vontade de viver e de se descobrir constantemente.
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